• Fetep

CEO Summit 2016: as 8 lições do principal evento de empreendedorismo do país


24/10/2016 - 13:10:34

Inconformados, inquietos e questionadores. No palco, na plateia ou no YouTube, o CEO Summit 2016, que aconteceu no último dia 18 de outubro, reuniu um time de protagonistas que têm revolucionado a forma como conhecemos produtos, serviços e mercados. Confira os melhores momentos!

1) Intuição, liberdade e transparência: os pilares das organizações do futuro

Por Ricardo Semler, presidente do conselho da Semco Partners


Imagine uma empresa em que os funcionários avaliam o próprio gestor, os salários de todos ficam disponíveis em um computador no refeitório; as margens de lucro são abertas para todos e alguns colaboradores trabalham meio período para você e a outra metade para a concorrência.

Para Ricardo Semler, Presidente do Conselho da Semco Partners, esse é um possível retrato das organizações do futuro: menos hierarquizadas, mais transparentes e orientadas pela intuição.

Uma empresa desenhada a favor das pessoas tem que ter liberdade absoluta de horário e jeito de trabalhar. Não existe um livro de regras, elas vão se fazendo com o tempo.


2) Do campo ao restaurante: as oportunidades do mercado de alimentos

Por Alex Atala, do D.O.M. e Pedro Paulo Diniz, da Fazenda A Toca


Na dobradinha entre Alex Atala e Pedro Paulo Diniz, a conversa foi da tecnologia para escalar alimentos orgânicos ao papel do chef de cozinha na conexão do homem com o alimento. Para Atala, assim como os gestores e tomadores de decisão de um negócio, o chef é a figura mais forte da cadeia alimentar e, talvez, o único que seja capaz de ressignificar nossa relação com a comida.

QUAL É A MAIOR MÍDIA SOCIAL DO MUNDO HOJE? O QUE CONECTA 7 BILHÕES NO PLANETA TERRA: O ALIMENTO.

E, para Pedro Paulo, a oportunidade de empreender nesse setor é gigante: hoje, nem 1% da produção de alimentos no Brasil é de orgânicos, por exemplo. Na Austrália, esse número já chega em 17%. Para um país que é o celeiro agrícola do mundo, esse é um chamado para usar a tecnologia a favor da escalabilidade, e dar conta de uma demanda que só tende a crescer.


3) Empoderamento do time e dos consumidores: os aprendizados dos gringos que empreendem no Brasil
Por Brian Requarth, do VivaReal, David Vélez, do Nubank e Mate Pencz, da Printi


No Brasil, você não pode: não dá para conseguir investimento, os impostos são absurdos e a burocracia vai te engolir.? O que deveria ser um alerta para qualquer gringo pegar o próximo voo internacional e nunca mais voltar, foi para David Vélez, do Nubank, uma oportunidade de empreender no Brasil e ajudar a mudar essa realidade.

Criando negócios e serviços mais amigáveis ao consumidor, que mudem nossa relação com as gráficas, no caso da Printi, com o aluguel de imóveis, com o VivaReal, e com os bancos, como o Nubank, Brian, Mate e David compartilharam no palco do CEO Summit os desafios e as histórias que fizeram com que eles acreditassem no mercado brasileiro ?e a criassem negócios disruptivos por aqui.

De todo o choque cultural, desde demorar seis meses para abrir uma conta no banco, até descobrir que aqui a hierarquia é levada muito a sério, os empreendedores entram em um consenso: o que falta nas empresas brasileiras é empoderamento.

ALGUMAS PESSOAS ACABARAM DE SAIR DA UNIVERSIDADE E NÃO TÊM MUITA EXPERIÊNCIA: OUÇA ESSAS PESSOAS. EMPODERE CADA UMA DELAS. EM ESPECIAL, O TIME DA LINHA DE FRENTE, QUE FALA COM OS CONSUMIDORES O TEMPO TODO.

Você tem que empoderar essas pessoas para se tornarem capazes de tomarem decisões, porque se elas só sentarem lá e fizerem o que você diz o tempo todo, você vai perder muitas oportunidades.


4) A  resposta da inteligência artificial aos desafios humanos
Por Mike Rodhin, da IBM e Edson Rigonatti, da Astella Investimentos


Watson, o supercomputador que ganhou fama ao vencer um game show americano, também foi um dos protagonistas do CEO Summit 2016. As transformações que ele promete nas áreas de saúde, educação e até do direito ? e que já batem na porta ? fazem dele um verdadeiro game changer.

Mas, para quem acredita que estamos dentro de um dos filmes de Steven Spielberg, Mike Rhodin, da IBM, é enfático: PARA CRIAR NOVOS NEGÓCIOS NA ÁREA DE IA, SEPARE A CIÊNCIA DA FICÇÃO CIENTÍFICA.

O cientista acredita que o valor dessa tecnologia é inestimável, porém, ainda não está nas mãos dos empreendedores. Mesmo que hoje já existam mais de 3 mil startups que utilizam inteligência artificial para resolver problemas reais, essa é apenas a ponta do iceberg. Os supercomputadores são capazes de escalar o conhecimento humano de maneira a nos ajudar a resolver problemas mais complexos.

Mas, criar um negócio disruptivo exige dos empreendedores habilidades únicas. A começar pela capacidade de lidar com grandes quantidades de informações digitais e entender quais são os núcleos e setores que podem ser transformados e até virados de cabeça para baixo.

CONCENTRE-SE NO BEM QUE PODE SER FEITO COM ESSA TECNOLOGIA. EXISTEM MUITAS OPORTUNIDADES NO MUNDO PARA ISSO E TODAS ESTÃO SENDO DADAS A VOCÊ.


5) Laços de confiança: as lições sobre pessoas que os negócios nos ensinam
Por Pedro Lima, do Grupo 3Corações

NÃO ADIANTA QUERER ABRAÇAR O MUNDO PORQUE O ABRAÇO FICA FROUXO. VOCÊ TEM QUE ABRAÇAR COM VONTADE.

A orientação é do empreendedor Pedro Lima, presidente o grupo 3Corações.

Para ele, focar na sua empresa é fundamental, mas antes é preciso gastar muita energia escolhendo qual é o negócio certo. Afinal, você vai gastar a sua vida inteira com ele. Nessa visão, pense no que vai ser sua empresa daqui a 5 anos. Será que ela tem longevidade? Se a resposta for sim, não tem erro: pode abraçar com vontade.

Para encerrar o papo, Pedro deixou também a lição que aprendeu com o pai: aprender a criar laços legítimos baseados na confiança.

A palavra mais moderna que muita gente esquece é confiança. Eu aprendi a cativar as pessoas, atender expectativas de quem se relaciona com a gente e também ser transparente. Eu aprendi a fazer as coisas dentro desse engrandecimento da relação e foi isso que tornou nosso negócio um sucesso.?


6) Jogada de risco: dá pra ser craque em vários negócios?
Por Pércio de Souza, da Estáter

É possível ser craque em vários negócios? O título do painel deu o tom da conversa, mas Pércio já responde: não, não é possível. Mesmo jovem, aos 18 anos, quando dava aulas particulares de todas as matérias para as amigas da irmã, Pércio sabia que a sua expertise não era português, matemática ou história, mas sim ensinar as outras pessoas a estudarem.

Fundador da Estáter e conhecido por coordenar grandes fusões e aquisições no Brasil, Pércio diz que a gestão é uma habilidade única, que trabalha os mesmos problemas, independentemente do setor, do mercado ou do estágio do negócio. Seu objetivo é resolver problemas scomo fusão de culturas, estruturação de lideranças, falta de planejamento e transições. Mas também afirma: não dá para acertar o tempo todo. E o fracasso é parte do processo.

VOCÊ APRENDE COM O SEU FRACASSO. QUEM NÃO SOUBER PERDER, NÃO VAI SABER GANHAR.


7) As duas faces do CEO: de empreendedor a gestor
Por Amos Genish, do Grupo Telefônica Vivo e Rodrigo Galindo, da Kroton

Escolher as pessoas certas para ocuparem os lugares certos. Esse é o desafio diário que Amos Genish e Rodrigo Galindo enfrentam na gestão de dois dos maiores grupos de empresas do país: a Telefônica VIVO e a Kroton.

Mas, na rotina de gestão, empreender também é fundamental. Para Galindo, não dá para assumir apenas um papel, é preciso ser um pouco gestor e empreendedor. Quando a empresa já está consolidada, como era o caso da Kroton, é fácil se sentir confortável com o processo. Mas foi nesse momento que ele decidiu empreender lá dentro para realizar um sonho ainda maior: entregar uma educação de qualidade em larga escala.

Já Amos Genish, acredita que é importante que o empreendedor seja o CEO da empresa no começo porque ele é a alma do negócio. Mas tem casos de empresas que cresceram muito rápido, como a GVT, e que precisavam de gestores muito bons para guiar o time.

NÃO NECESSARIAMENTE SER UM BOM EMPREENDEDOR É SER BOM GESTOR. SE VOCÊ TIVER GENTE EXCEPCIONAL DO SEU LADO, VOCÊ TENDE A SER EXCEPCIONAL E SUA EMPRESA TAMBÉM.


8) Do improviso brasileiro ao planejamento: empreendendo a Rio 2016
Por Leo Gryner, da Rio 2016

Se você só começou a ouvir falar das Olimpíadas em 2014, não sabe que ela começou a ser planejada há 17 anos, em 1999. Depois da derrota na eleição para se tornar cidade sede dos Jogos em 2004, o comitê organizador se reuniu e chegou a uma conclusão: só o jeitinho brasileiro não nos faria ganhar essa competição.

O BRASILEIRO NÃO TEM EM SEU DNA UMA INCAPACIDADE NATURAL E GENÉTICA DE PLANEJAR.


Foi preciso muito planejamento, visão de longo prazo ? que envolveu também os Jogos Pan-Americanos de 2007 ? e disciplina para que, no momento em que o mundo olhasse para o Rio de Janeiro, nós fizéssemos bonito.

Como resultado desse planejamento, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, o orçamento previsto de $2,8 bilhões de dólares, definido em 2008, foi exatamente o valor usado para executar o projeto. Em Londres, por exemplo, esse número foi três vezes o valor publicado no orçamento.


Fonte: https://endeavor.org.br/ceo-summit-2016


Twitter Facebook LinkedIn